7 de dezembro de 2014

A “Geração da Talidomida”


Fig. 1: Mal formação dos pés causada pela Talidomida.
Fig. 2: Deformações causada pela Talidomida.


   Durante o estudo da Isomeria em Química Orgânica, talvez você tenha se perguntado: Qual a função deste conteúdo um tanto confuso?
   O que será apresentado é um triste relato do descaso da isomeria na aplicação de medicamentos. 

·         Você conhece alguém da “Geração da Talidomida”?
·         Por que o uso da Talidomida causou essa tragédia, uma das maiores da história da medicina?
·         Qual o efeito dessa tragédia na produção dos medicamentos?
·         Qual a relação dessa tragédia com o estudo de Isomeria em Química Orgânica?

Assista aos vídeos para saber mais dessa história:
“As vítimas da Talidomida – parte 1”:
“As vítimas da Talidomida – parte 2”:

É fato que os isômeros são tão parecidos que muitas vezes são confundidos, o que pode ser trágico em se tratando da saúde.  

A talidomida (figura 3) é um medicamento que foi produzido na Alemanha, em 1954, inicialmente destinado a controlar a ansiedade, tensão e náuseas. Por isso, foi muito consumido por mulheres grávidas, devido aos enjoos comuns no início da gravidez. Porém, em 1960, foram descobertos seus efeitos teratogênicos, ou seja, a sua ingestão de um único comprimido nos três primeiros meses de gestação ocasiona a Focomelia (síndrome caracterizada pela aproximação ou encurtamento dos membros junto ao tronco do feto), também podendo provocar graves defeitos visuais, auditivos, da coluna vertebral e, em casos mais raros, do tubo digestivo e problemas cardíacos.
Fig. 3: Molécula da Talidomida.
Tal fármaco era feito na forma de sua mistura racêmica, ou seja, devido a assimetria da molécula, a talidomida possui dois enantiômeros (figura 4).
Fig. 4: Molécula (R) e (S) da Talidomida.
Essa diferença na conformação espacial resulta em propriedades biológicas diferenciadas. Assim, com o tempo, descobriu-se que somente o isômero dextrogiro ou (R) era responsável pelas propriedades analgésicas e sedativas, enquanto o isômero levogiro (S) é teratogênico, que provoca mutações no feto. Por essa razão, durante décadas nasceram mais de 10 mil crianças com má formação. Contudo, devido à capacidade que essas duas variantes de talidomida têm de se converter uma na outra, não é possível, por exemplo, utilizar terapeuticamente apenas o isômero R.

(QUESTÃO ENEM/2014) A talidomida é um sedativo leve e muito utilizado no tratamento de náuseas, comuns no início da gravidez. Quando foi lançada, era considerada segura para o uso de grávidas, sendo administrada como uma mistura racêmica composta pelos seus dois enantiômetros (R e S). Entretanto, não se sabia, na época, que o enantiômetro S leva à malformação congênita, afetando principalmente o desenvolvimento normal dos braços e pernas do bebê.
         COELHO, F. A. S. Fármacos e quiralidade. Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola, São Paulo, n. 3, MAIO 2001 (adaptado).
 Essa malformação congênita ocorre porque esses enantiômeros:
a) Reagem entre si.
b) Não podem ser separados.
c) Não estão presentes em partes iguais.
d) Interagem de maneira distinta com o organismo.
e) São estruturas com diferentes grupos funcionais.


Referências:
http://www.talidomida.org.br, acessada em Novembro 2014.
http://cienciahoje.uol.com.br, acessada em Novembro 2014.
http://qnesc.sbq.org.br, acessada em Novembro 2014.
http://qnint.sbq.org.br, acessada em Novembro 2014.


Lilian Guiduci de Melo

23 de novembro de 2014

Construção da Tabela Periódica  na Escola Estadual Almirante Barroso.



             Alunos da Escola Estadual Almirante Barroso tiveram a oportunidade, na manhã da sexta, 14 de novembro, de exercer a habilidade criativa através da criação de diferentes trabalhos e experimentos envolvendo as diferentes disciplinas que compõem a matriz curricular, durante a Feira de Ciências. Participaram do evento os alunos do Ensino Fundamental e Médio, que juntamente com os professores se empenharam na organização e produção dos trabalhos. Nesta ocasião, os pais dos estudantes puderam conhecer e prestigiar o trabalho elaborado por seus filhos durante os últimos meses (Figuras 1 a 4).
Figura 1                                                Figura 2

Figura 3                                         Figura 4

Figura 1 - 4 Alguns trabalhos realizados na Feira de Ciência.


Dos vários trabalhos apresentados pelos discentes, podemos destacar a Construção da Tabela Periódica, que contou com a parceria dos bolsistas do PIBID Química da UFJF que atua na escola.

A Tabela foi construída com caixas de leites pelos alunos do 1º ano do Ensino Médio (turmas 1ºA, 1ºB, 1ºC e 1ºD), sendo estas revestidas com papel de diferentes cores, conforme sua classificação dos elementos em metais, não metais, gases nobres e hidrogênio. Após a preparação das caixas, os estudantes usaram a criatividade para anexar a cada uma delas, algo que representasse o elemento químico e que pode ser encontrado no cotidiano. 


O projeto teve como um de seus objetivos construir o conhecimento sobre a tabela periódica e seus elementos químicos, através da participação ativa dos estudantes. O fato que despertou mais interesse foi a possibilidade elaborar um material didático para compor o laboratório de Ciências, com material que iria para o lixo, o que resultou em menos descarte, ajudando na preservação do meio ambiente. Esperamos que o resultado deste projeto contribua para o enriquecimento de conhecimentos químicos de todos os alunos da escola.

Guilherme Henrique da Silva

28 de julho de 2014

Porque sentimos o sabor dos alimentos?

Olá!
Você já parou para pensar como funciona o nosso paladar? Como podemos identificar o sabor do chocolate? E aquela torta salgada?

 O órgão responsável pelo paladar é a língua. Na parte de cima da língua, existem pequenas elevações, que podem ser vistas ao espelho, chamadas de papilas gustativas ou papilas linguais.
As papilas gustativas de nossa língua têm a resposta, elas foram intituladas de quimiorreceptoras, ou seja, as responsáveis por detectar a presença de substâncias químicas em nossa boca. Elas captam os quatro sabores primários, ou as quatro sensações gustatórias: doce, salgado, azedo ou ácido e amargo. Das combinações das quatro sensações gustatórias, surgem centenas de outros sabores.
As papilas linguais só captam o sabor de alimentos em estado líquido. A saliva é constituída principalmente de enzimas, minerais e aminoácidos. Por esse motivo, a saliva tem um papel importante em relação aos alimentos sólidos, pois a ela cabe dissolver os alimentos de modo que as papilas linguais captem os sabores.


Existem substâncias que não provocam reação alguma nas papilas linguais são chamadas de insípidas. É o caso da água, por exemplo.
Além disso, muitas vezes confundimos gostos e cheiros, isso porque as sensações olfativas e gustativas trabalham em parceria. Quando sentimos o cheiro de algum alimento que apreciamos, por exemplo, liberamos saliva como se estivéssemos degustando tal alimento.
Já percebeu que quando estamos resfriados a comida parece não ter gosto? Na verdade, o que não sentimos são os odores que os alimentos liberam assim que os colocamos na boca.
As papilas gustativas estão presentes em todo o comprimento da língua, desde a ponta até a parte mais interna, veja abaixo como elas se distribuem: 

A ilustração demonstra quais regiões da língua são responsáveis pela percepção dos diferentes sabores.

E agora deu vontade de saborear algum doce ou salgado?




Extraído do site Mundo Educação, em curiosidades químicas.

Por: Flávia Ribas de Brito

14 de junho de 2014

Como a Química analisa os resíduos de pólvora nas mãos do atirador determinando a autoria do tiro?

                                                                                                     Por Uilca O. Melo
Um tiro sempre deixa marcas nas mãos. Restos de metais (elementos antimônio (Sb), bário (Ba) e chumbo (Pb), provenientes de explosivos como sais de chumbo, bário e antimônio, além da composição da liga de projéteis e cartuchos) que podem ajudar a esclarecer um crime. Por isso, na investigação policial, os peritos fazem um teste nas mãos dos suspeitos (na palma (a), no dorso (b), na região palmar (c) e dorsal (d) dos dedos polegar e indicador, como ilustra a Figura 1).

                                                 Figura 1- Regiões da mão que passam por análise

Um teste comumente utilizado para a detecção de vestígios de disparo de arma de fogo nas mãos de um possível suspeito consiste na pesquisa de íons ou fragmentos metálicos de chumbo, em decorrência da maior quantidade desta espécie metálica em relação a outras. A análise química de chumbo consiste na coleta prévia de amostra das mãos do suspeito, mediante aplicação de tiras de fita adesiva do tipo esparadrapo nas mesmas e subsequente imobilização dessas tiras em superfície de papel de filtro. As referidas tiras, ao serem borrifadas com solução acidificada de rodizonato de sódio (reagente colorimétrico), se apresentarem um espalhamento de pontos de coloração avermelhada, indicam resultado positivo para o disparo. Tal exame é conhecido como residuográfico, conforme figura 2 a seguir:

                                                      Figura 2- Exame Residuográfico


Apesar deste teste ser prático e simples, tem várias limitações como: só revela resíduos de chumbo, por isso não é muito preciso; não diz se o chumbo é oriundo de um disparo de arma de fogo ou de outras atividades vinculadas à profissão do suspeito como mecânico, pintor, cabeleiro, laboratorista, soldador, etc; não revela pequenas quantidades de resíduos (na ordem de mg) nas mãos de um atirador. Portanto, um resultado negativo em um teste colorimétrico não significa que o disparo não tenha sido efetuado. Em vista disso, é muito difícil provar, através do método atual, se uma pessoa disparou uma arma ou não por causa do grande número de resultados "falsos positivos" e "falsos negativos" que geram margem para dúvidas.

Deste modo, o uso de métodos instrumentais que apresentem maior sensibilidade tem sido cada vez mais considerado. No laboratório de espectrometria atômica da UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), uma máquina, chamada de ICP OES (sigla para "espectrômetro de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado"- Figura 3) é usada para determinar além do chumbo, outros dois metais que são liberados nos tiros: o bário e o antimônio. O resultado sai em três minutos e essa nova maneira de analisar os resíduos de tiros evita os resultados falsos, que acontecem com frequência com o método atual.    
          
                     Figura 3- Espectrômetro de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado

Além de identificar se uma pessoa efetuou ou não o disparo, o método desenvolvido na UFES (técnica em fase de teste na polícia civil capixaba) pode dizer qual tipo de arma foi usada pelo criminoso (pistola ou revólver), quantos tiros foram disparados. O exame também pode identificar quantidades bem menores de resíduos (uma partícula em meio a um bilhão) e detectar se um indivíduo, após efetuar os disparos, tomou um banho ou lavou as mãos, tentando eliminar os vestígios.
                                                                                                                                                      Por Uilca O. Melo
                                                                                    
Referências
CHEMELLO, E. Ciência Forense: Balística. Química Virtual, fevereiro, 2007. Disponível em: www.quimica.net/emiliano/artigos/2007fev_forense3.pdf.    Acessado em: 02 de junho de 2014.

REIS, E. L. T. dos; SARKIS, J. E. de S.; RODRIGUES, C.; NETO, O.N.; VIEBIG, S. Identificação de resíduos de disparos de armas de fogo por meio da técnica de espectrometria de massas de alta resolução com fonte de plasma indutivo. Química Nova, Vol. 27, nº. 3, p. 409-413, 2004.

OLIVEIRA, M. F. de. Química Forense: A utilização da Química na pesquisa de vestígio de crime.  Química Nova na Escola nº 24, p. 17-19, Novembro, 2006

____________Novo teste identifica, com precisão, autor de disparo de arma de fogo. 14/05/2014. Disponível em: http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2014/05/noticias/cidades/1486872-novo-teste-identifica-com-precisao-autor-de-disparo-de-arma-de-fogo.html. Acessado em: 31 de Maio de 2014.